Contabilidade para gráficas: tributação, regularização e contabilidade especializada

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A indústria gráfica no Brasil desempenha um papel fundamental, oferecendo uma vasta gama de serviços, desde a impressão de materiais publicitários até a produção de embalagens personalizadas. Para garantir o sucesso e a sustentabilidade do negócio, é essencial que as gráficas contem com uma contabilidade especializada que entenda as particularidades do setor. Neste artigo, vamos explorar as principais questões relacionadas à contabilidade para gráficas, abordando temas como a tributação, regularização e as melhores práticas para gerenciar as finanças de uma gráfica. Com um olhar atento para a economia de impostos e a escolha do regime tributário ideal, você entenderá a importância de um contador especializado para otimizar os resultados da sua gráfica.

O que faz uma gráfica?

As gráficas são empresas que se dedicam à produção e reprodução de materiais impressos, utilizando diferentes técnicas e processos, como a impressão offset, digital e serigrafia. Esses estabelecimentos oferecem uma ampla gama de serviços, que vão desde a impressão de cartões de visita, folhetos e panfletos até a produção de grandes volumes de livros, revistas e embalagens. Além disso, muitas gráficas também oferecem serviços de design gráfico, pré-impressão, acabamento e logística, agregando valor ao cliente desde a concepção até a entrega do produto final.

A variedade de produtos e serviços oferecidos pelas gráficas exige uma gestão financeira rigorosa e a escolha de um regime tributário que seja favorável à empresa. Um dos primeiros passos para garantir a conformidade fiscal e aproveitar os benefícios tributários disponíveis é a escolha correta do Código Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que determina a forma como a empresa será tributada e quais impostos deverá recolher.

Qual CNAE para gráficas?

A escolha do CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) é crucial para as gráficas, pois ela define a natureza das atividades realizadas pela empresa e influencia diretamente na tributação aplicada. O CNAE correto para uma gráfica geralmente está relacionado às atividades de impressão e serviços gráficos. Dentre as principais classificações utilizadas pelo setor, destacam-se:

  • 1811-3/01 – Impressão de livros, revistas e outras publicações periódicas.
  • 1811-3/02 – Impressão de material para uso publicitário.
  • 1811-3/03 – Impressão de materiais gráficos.
  • 1813-0/00 – Serviços de pré-impressão, como design gráfico e diagramação.

A escolha correta do CNAE evita problemas com o fisco, como a aplicação de alíquotas inadequadas ou a necessidade de realizar ajustes na classificação, que podem gerar multas e outras complicações legais. Um contador especializado pode ajudar a determinar o CNAE mais adequado para sua gráfica, garantindo que todas as atividades estejam devidamente regularizadas e que a empresa aproveite os benefícios fiscais disponíveis.

Economia de impostos e a tributação para empresas de gráficas

A gestão eficiente da tributação é um dos fatores mais importantes para a saúde financeira de uma gráfica. Dependendo do porte da empresa e do seu faturamento anual, a gráfica pode optar por diferentes regimes tributários, cada um com suas vantagens e desafios. A escolha correta pode resultar em uma economia significativa de impostos, permitindo que a empresa invista mais em seu crescimento e desenvolvimento. A seguir, exploraremos os principais regimes tributários disponíveis para gráficas: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.

Simples Nacional

O Simples Nacional é um regime tributário simplificado destinado a micro e pequenas empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. Para as gráficas, este regime pode ser uma opção interessante, especialmente para aquelas que estão começando ou que possuem um faturamento mais modesto. No Simples Nacional, todos os impostos são recolhidos em uma única guia, o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), o que facilita o cumprimento das obrigações fiscais.

As alíquotas do Simples Nacional variam de acordo com a faixa de faturamento e o anexo ao qual a atividade da gráfica pertence. Normalmente, as gráficas se enquadram no Anexo II (Indústria) ou Anexo III (Serviços), dependendo das atividades exercidas. É fundamental realizar um planejamento tributário para avaliar se o Simples Nacional é a opção mais vantajosa, considerando os custos operacionais e a carga tributária efetiva.

Lucro Presumido

O Lucro Presumido é um regime tributário utilizado por empresas de porte maior ou que não se enquadram nas limitações do Simples Nacional. Neste regime, a base de cálculo para o pagamento de impostos como IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) é determinada com base em uma margem de lucro presumida, que varia conforme o tipo de atividade.

Para gráficas, a margem de lucro presumida geralmente é de 8% sobre o faturamento para atividades industriais e de 32% para serviços gráficos. Essa forma de tributação pode ser vantajosa para gráficas que conseguem manter margens de lucro reais inferiores às presumidas, resultando em uma carga tributária menor. Entretanto, é crucial realizar uma análise detalhada das finanças da empresa para decidir se o Lucro Presumido é a melhor escolha.

Lucro Real

O Lucro Real é o regime tributário mais complexo e é obrigatório para empresas com faturamento anual superior a R$ 78 milhões ou para aquelas que exercem atividades específicas, como instituições financeiras. Neste regime, os impostos são calculados com base no lucro efetivo da empresa, apurado a partir de suas receitas e despesas.

Para gráficas de grande porte ou aquelas que operam com margens de lucro reduzidas, o Lucro Real pode ser a opção mais adequada, pois permite uma apuração mais precisa dos impostos devidos. Além disso, este regime permite compensar prejuízos fiscais de anos anteriores, o que pode ser vantajoso em cenários de baixa lucratividade.

Gráficas podem ser MEI?

O Microempreendedor Individual (MEI) é um regime simplificado que visa formalizar pequenos negócios, oferecendo benefícios como a facilidade no pagamento de impostos e acesso a direitos previdenciários. No entanto, o MEI possui limitações específicas em relação ao faturamento e às atividades que podem ser registradas nesse regime. Para 2024, o limite de faturamento anual do MEI é de R$ 81.000,00.

No caso das gráficas, é importante destacar que a atividade gráfica, na maioria dos casos, não pode ser registrada como MEI. Isso se deve ao fato de que as atividades gráficas geralmente são classificadas como indústrias ou serviços que exigem um porte empresarial maior, tanto em termos de estrutura quanto de faturamento. Além disso, o MEI é voltado para atividades mais simples e de baixo impacto econômico, o que não se aplica às gráficas, que normalmente requerem um investimento significativo em equipamentos e mão de obra especializada.

Portanto, se você possui uma gráfica ou está pensando em abrir uma, é necessário buscar outras formas de enquadramento, como o Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real, que são mais adequados para esse tipo de atividade. Contar com um contador especializado é essencial para avaliar a melhor opção de regularização e regime tributário, garantindo que sua gráfica esteja em conformidade com a legislação e possa crescer de forma sustentável.

Contabilidade para gráficas: Como regularizar suas atividades

A regularização das atividades de uma gráfica é um passo essencial para garantir a legalidade e o sucesso do negócio. Esse processo envolve desde a escolha do regime tributário adequado até a obtenção de todas as licenças necessárias para o funcionamento da empresa. A seguir, vamos explorar os principais aspectos da regularização de uma gráfica, destacando a importância de uma contabilidade especializada para orientar cada etapa desse processo.

  • Escolha do Regime Tributário: O primeiro passo na regularização de uma gráfica é escolher o regime tributário mais adequado ao perfil da empresa. Como discutido anteriormente, as gráficas podem optar pelo Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real, dependendo do faturamento, do tipo de atividade e da estrutura da empresa. A escolha correta do regime tributário não só assegura o cumprimento das obrigações fiscais, mas também pode resultar em economia de impostos.
  • Obtenção de Licenças e Alvarás: Alvará de Funcionamento: Emitido pela prefeitura, autoriza o funcionamento da gráfica no endereço informado. Licença Ambiental: Em algumas localidades, as gráficas precisam de uma licença ambiental, especialmente se realizarem atividades que possam impactar o meio ambiente, como o uso de solventes e tintas. 
  • Registro na Junta Comercial: A formalização da empresa junto à Junta Comercial é necessária para o início das atividades.
  • Inscrição Estadual: As gráficas que comercializam produtos devem se inscrever no cadastro do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do seu estado.
  • Emissão de Notas Fiscais: Após a regularização inicial, é fundamental que a gráfica emita notas fiscais para todas as suas vendas e serviços prestados. A nota fiscal é um documento obrigatório que comprova a transação e o recolhimento dos tributos devidos. Um contador especializado pode ajudar na implantação de um sistema de emissão de notas fiscais eletrônicas (NF-e), garantindo que todas as operações da gráfica estejam devidamente registradas.
  • Contabilidade Regular: A contabilidade regular é a base para uma gestão financeira eficiente. Para as gráficas, manter os registros contábeis em dia é crucial para a tomada de decisões, cumprimento das obrigações fiscais e planejamento do crescimento do negócio. A contabilidade regular também auxilia na apuração correta dos impostos, evitando problemas com o fisco e garantindo a saúde financeira da empresa.

A regularização completa das atividades de uma gráfica pode parecer complexa, mas com o apoio de um contador especializado, esse processo se torna mais simples e seguro. Um profissional experiente pode guiar cada passo, desde a escolha do CNAE até a emissão de notas fiscais, assegurando que a gráfica esteja em conformidade com todas as exigências legais e preparada para crescer de forma sustentável.

Como abrir um CNPJ para gráficas?

brir um CNPJ é um passo fundamental para formalizar uma gráfica e começar a operar legalmente no mercado. Esse processo envolve várias etapas, desde a escolha da estrutura jurídica até o registro nos órgãos competentes. A seguir, vamos detalhar cada uma dessas etapas para ajudar você a abrir seu CNPJ de maneira eficiente e sem complicações.

  • Escolha a Natureza Jurídica e o CNAE Adequado: O primeiro passo para abrir um CNPJ é definir a natureza jurídica do seu negócio. Como discutido anteriormente, o MEI é uma das opções mais simples e acessíveis, especialmente para quem está começando. 
  • Realize o Registro na Junta Comercial: Com a natureza jurídica e o CNAE definidos, o próximo passo é realizar o registro da sua empresa na Junta Comercial do seu estado. Esse registro é necessário para que sua empresa seja reconhecida oficialmente e possa obter o CNPJ. No caso do MEI, o processo é mais simplificado e pode ser feito diretamente pelo Portal do Empreendedor, onde você também consegue a inscrição no CNPJ de forma automática.
  • Obtenha o Alvará de Funcionamento: Dependendo da sua localidade e do tipo de atividade que você exercerá, pode ser necessário obter um alvará de funcionamento emitido pela prefeitura. Para negócios que operam exclusivamente online, como na Shopee, as exigências de alvará podem variar, mas é importante verificar essa necessidade para garantir que sua operação esteja em conformidade com as leis locais.
  • Inscrição Estadual e Municipal: Além do CNPJ, alguns tipos de atividades exigem a inscrição estadual ou municipal. A inscrição estadual é obrigatória para empresas que realizam atividades de comércio, indústria ou prestação de serviços de transporte intermunicipal e interestadual e comunicação. A inscrição municipal é exigida para o recolhimento do ISS (Imposto Sobre Serviços), aplicável principalmente a prestadores de serviços.
  • Emissão de Notas Fiscais: Uma vez com o CNPJ ativo, é essencial emitir notas fiscais para todas as vendas realizadas na Shopee. O processo de emissão de notas fiscais pode variar conforme o município e o estado, mas normalmente você precisará se cadastrar no sistema de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) da sua localidade. Emitir notas fiscais é crucial para manter a regularidade fiscal do seu negócio e garantir a transparência nas suas operações.
  • Contrate um Contador Especializado: Para garantir que todas as etapas sejam cumpridas corretamente e que sua empresa esteja em conformidade com todas as obrigações fiscais e legais, é altamente recomendável contar com o apoio de um contador especializado. Esse profissional pode orientar sobre a melhor forma de estruturar seu negócio, escolher o regime tributário mais adequado e assegurar que todas as obrigações sejam cumpridas em tempo hábil, evitando multas e penalidades.

Conclusão

Contar com uma contabilidade especializada é crucial para o sucesso de qualquer gráfica. Desde a escolha do regime tributário mais vantajoso até a regularização das atividades e a gestão fiscal eficiente, um contador especializado pode fazer toda a diferença na saúde financeira da sua empresa. Não importa o tamanho da sua gráfica, a orientação profissional garante que você esteja em conformidade com a legislação e maximiza suas oportunidades de economia tributária. Invista em uma contabilidade de qualidade e veja sua gráfica prosperar no competitivo mercado de impressão.

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