Todo profissional liberal deveria saber disso antes de abrir CNPJ

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Abrir um CNPJ pode parecer simples, rápido e até intuitivo. Mas por trás de cada decisão mal orientada, existem riscos tributários, custos ocultos e obrigações que ninguém conta no início.

Se você é psicólogo, nutricionista, desenvolvedor, arquiteto, fisioterapeuta ou atua como autônomo prestador de serviços, este conteúdo foi escrito especialmente para você.

Aqui, vamos mostrar o que ninguém te conta antes de abrir uma empresa, e por que muitos profissionais se arrependem da forma como começaram.

Abrir empresa sem planejamento é como comprar um carro sem saber a rota nem quanto custa o combustível. Funciona… até não funcionar mais.

O que muda quando você se torna PJ

Abrir um CNPJ muda completamente sua relação com o dinheiro, com o governo e com seus clientes.

Você deixa de ser apenas um prestador e passa a ser, oficialmente, uma empresa prestadora de serviços, o que implica:

  • Ter obrigações contábeis e fiscais mensais, mesmo sem faturar

  • Emitir nota fiscal e recolher impostos sobre serviços

  • Fazer separação entre o dinheiro da empresa e seu dinheiro pessoal

  • Cumprir prazos legais (DAS, Simples, DEFIS, DCTF, etc.)Se preocupar com o enquadramento tributário e o CNAE correto

    E o que poucos dizem: o CNPJ errado pode fazer você pagar até o dobro de imposto em relação ao que seria possível com um bom planejamento.

 

Os erros mais comuns de quem abre CNPJ sem orientação

É comum encontrar profissionais liberais que tomaram a decisão de abrir um CNPJ motivados por um único fator: economizar no imposto de renda.

Sim, um CNPJ bem estruturado pode gerar economia tributária significativa. Mas quando a abertura acontece sem orientação especializada, os erros superam os benefícios.

Veja os principais deslizes que ocorrem na prática:

  • Escolher o CNAE errado: Cada atividade tem um código CNAE que define quais impostos serão cobrados e em qual anexo do Simples Nacional você será tributado. Um erro nesse ponto pode significar pagar 15,5% quando você poderia pagar apenas 6%.
  • Achar que MEI serve para tudo: Profissionais como psicólogos, desenvolvedores e médicos não podem ser MEI. Mesmo assim, muitos tentam usar esse modelo para “economizar”. Resultado? Invalidação de notas, risco de exclusão e cobrança retroativa.
  • Abrir empresa sem planejamento de pró-labore: Muitos abrem o CNPJ, mas continuam movimentando o dinheiro como se fossem pessoa física. Isso compromete o uso do Fator R, gera confusão contábil e atrai a atenção da Receita Federal.
  • Não entender que vai pagar impostos mesmo sem nota: Abrir CNPJ implica em obrigações fixas todo mês. Mesmo se você não emitir nota, haverá cobrança de encargos básicos, declarações obrigatórias e custos com contador.

Qual o regime tributário ideal para profissionais liberais?

Ao abrir um CNPJ, o profissional liberal precisa escolher um regime de tributação. Essa escolha define quanto de imposto será pago mensalmente e pode influenciar diretamente na viabilidade financeira do negócio.

No Brasil, os principais regimes para prestadores de serviço são:

Simples Nacional:

É o mais comum entre profissionais liberais que atuam como sociedade unipessoal ou LTDA. Unifica impostos federais, estaduais e municipais em uma única guia (DAS).

  • Pode ter alíquota inicial de 6% (Anexo III) ou 15,5% (Anexo V)

  • O enquadramento depende do CNAE e do Fator R

  • Ideal para quem quer praticidade e previsibilidade

Lucro Presumido:

Pode ser mais vantajoso para quem tem alta receita e poucos custos dedutíveis. A carga tributária média gira entre 13% e 16,33%, mas há particularidades importantes:

  • Impostos cobrados trimestralmente

  • Exige mais organização e estrutura contábil

  • Pode valer a pena para clínicas ou consultórios com alto volume

Lucro Real:

Raramente usado por profissionais liberais autônomos. É obrigatório apenas para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões ou em atividades específicas.

A escolha errada do regime pode significar pagar R$ 1.000 a mais por mês — sem necessidade. Por isso, é essencial fazer uma simulação comparando os regimes antes de abrir o CNPJ.

Checklist essencial antes de abrir seu CNPJ

Abrir empresa não começa no protocolo da Junta Comercial; começa numa lista objetiva de verificações. Avalie cada ponto a seguir — e marque apenas quando tiver certeza de que está resolvido.

Plano financeiro de 90 dias para começar com segurança

Ao abrir seu primeiro CNPJ, é natural focar no faturamento. Mas a saúde de uma empresa começa no controle de gastos fixos, impostos e planejamento do pró-labore. Este plano de 90 dias ajuda a construir uma base sólida.

Primeiros 30 dias – Estruturação e legalização

  • Abrir o CNPJ com CNAE e regime tributário corretos

  • Separar uma conta PJ exclusiva

  • Definir pró-labore mínimo viável para ativar o Fator R

  • Criar planilha de fluxo de caixa básico

  • Simular custo mensal com contabilidade, DAS e demais encargos

Dias 31 a 60 – Primeiras emissões e ajuste de caixa

  • Emitir as primeiras notas fiscais

  • Validar se o pró-labore está equilibrado com o faturamento

  • Avaliar os impostos pagos e entender se houve retenção (IR, ISS)

  • Ajustar o controle de entrada e saída da conta PJ

  • Começar a formar reserva para os tributos trimestrais

Dias 61 a 90 – Regularização, prevenção e escala

  • Avaliar se o volume de trabalho exige prestadores ou funcionários

  • Reavaliar regime tributário com base na média dos três primeiros meses

  • Estudar planos de previdência privada ou INSS complementar

  • Automatizar fluxo contábil com apoio do contador

  • Criar um plano de crescimento estruturado com metas reais

    Esse plano não é genérico — ele é baseado no que profissionais liberais bem-sucedidos fizeram para crescer com segurança.

Conclusão: abrir CNPJ sem planejamento é caro, não prático

Muitos profissionais liberais acreditam que abrir um CNPJ vai, automaticamente, reduzir o imposto e profissionalizar o serviço. Na prática, isso só acontece com estrutura, estratégia e acompanhamento contábil.

O primeiro passo não é abrir a empresa — é entender o seu modelo de negócio, o seu momento financeiro e o que o governo espera de você como pessoa jurídica.

Um CNPJ pode, sim, gerar mais lucro, segurança jurídica e oportunidades. Mas sem planejamento:

  • Você pode pagar mais imposto do que uma pessoa física

  • Pode ser excluído do Simples Nacional

  • Ou até responder por irregularidade fiscal, mesmo sem má-fé

    A Martins & Silva Contabilidade é especialista em acompanhar profissionais liberais no processo de abertura, simulação tributária e estruturação de CNPJ. Ajudamos você a começar do jeito certo, sem surpresas.

 

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