Seu e-commerce vende todos os dias, o faturamento parece bom, mas o saldo no final do mês insiste em não crescer.
Esse é um cenário muito comum entre lojistas que atuam em marketplaces como a Shopee, Mercado Livre e Amazon.
O problema não está nas vendas em si, mas nos erros de gestão e operação que fazem o lucro desaparecer aos poucos, quase sem ser percebido.
Eles se acumulam em taxas, precificação mal feita, desorganização financeira e impostos pagos além do necessário.
Neste artigo, você vai conhecer os sete erros mais comuns que drenam o lucro de um e-commerce, entender por que acontecem e o que pode ser feito para corrigi-los antes que prejudiquem o crescimento do negócio.
1. Vender sem calcular o custo real de cada produto
Um dos erros mais graves — e também o mais comum — é vender sem saber exatamente quanto custa cada produto.
Muitos lojistas definem o preço apenas com base na concorrência, sem considerar todos os custos envolvidos na operação.
O custo real de um produto vai muito além do valor pago ao fornecedor. Ele inclui despesas como frete, embalagem, taxas de marketplace, impostos e até pequenos gastos operacionais, como etiquetas e insumos de envio.
Quando o empresário ignora esses elementos, acaba vendendo itens com margem muito menor do que imagina — e, em alguns casos, até com prejuízo.
Por exemplo: um produto vendido por R$ 100 pode parecer lucrativo, mas após descontar as taxas da Shopee, o frete e o imposto, o lucro real pode cair para menos de R$ 10.
Conhecer o custo total é o ponto de partida para ajustar preços e evitar que cada venda se torne uma perda silenciosa.
2. Não incluir as taxas do marketplace na precificação
Outro erro frequente entre vendedores é esquecer de considerar as taxas do marketplace na hora de definir o preço de venda.
Na Shopee, por exemplo, há cobranças que vão desde a comissão sobre cada pedido até taxas de frete grátis e anúncios pagos (Shopee Ads).
Esses valores variam conforme a categoria do produto e o tipo de conta, mas costumam representar de 15% a 25% do faturamento total.
Ou seja, em cada R$ 100 vendidos, pelo menos R$ 15 a R$ 25 ficam retidos pela plataforma antes mesmo de o dinheiro cair na conta do vendedor.
Quando essas taxas não entram no cálculo do preço, o lucro desaparece rapidamente.
Muitos lojistas acreditam que estão com boa margem, mas na prática estão pagando para vender.
A solução é simples: calcular o preço final levando em conta todas as taxas do marketplace e, se necessário, ajustar o valor do produto para manter a rentabilidade.
Vender muito com margem errada é o mesmo que trabalhar mais para ganhar menos.
3. Oferecer frete grátis sem avaliar o impacto no caixa
O frete grátis é uma das estratégias mais eficazes para aumentar as vendas, mas também uma das que mais comprometem o lucro quando não são planejadas.
Na Shopee, é comum que o vendedor arque com parte do valor do envio para participar das campanhas de frete grátis da plataforma.
O problema é que muitos lojistas assumem esse custo sem saber exatamente quanto ele representa no faturamento total.
Quando o volume de pedidos aumenta, o valor gasto com frete pode chegar a milhares de reais por mês, reduzindo significativamente o lucro líquido.
Antes de ativar qualquer benefício de frete, é essencial calcular o custo médio de envio por produto e decidir se ele pode ser absorvido ou precisa ser repassado parcialmente ao cliente.
O ideal é equilibrar o apelo comercial do frete grátis com a sustentabilidade financeira da loja, garantindo que cada pedido ainda gere lucro.
4. Misturar as finanças pessoais com as da empresa
Misturar o dinheiro da empresa com as despesas pessoais é um dos hábitos mais prejudiciais para quem vende online.
No início, pode parecer prático usar a mesma conta bancária para tudo, mas isso impede o empresário de enxergar o verdadeiro resultado do negócio.
Quando o dinheiro das vendas é usado diretamente para gastos pessoais, fica impossível saber quanto realmente sobrou, qual é o lucro líquido e quanto pode ser reinvestido em estoque ou marketing.
Além disso, essa mistura gera confusão na contabilidade e pode dificultar o acesso a crédito, já que o negócio não demonstra organização financeira.
A solução é simples: manter uma conta PJ exclusiva para o e-commerce, definir um pró-labore fixo e separar o que é retirada pessoal do que pertence à empresa.
Com essa estrutura, o empresário consegue ter clareza sobre o fluxo de caixa, avaliar o desempenho e tomar decisões com base em dados reais.
5. Ignorar o impacto dos impostos no preço de venda
Muitos empreendedores olham apenas para o preço de compra e para as taxas do marketplace, mas esquecem de incluir os impostos na formação do preço de venda.
Mesmo dentro do Simples Nacional, o e-commerce paga tributos que variam conforme o faturamento anual e o anexo em que a empresa está enquadrada.
No comércio eletrônico, o regime mais comum é o Anexo I, com alíquota efetiva entre 5% e 6% sobre o faturamento.
Quando o imposto não é calculado corretamente, o valor é pago do próprio lucro, reduzindo a margem real do negócio.
Outro erro recorrente é não revisar o enquadramento tributário. Dependendo do CNAE ou da estrutura da empresa, o lojista pode estar pagando mais do que deveria.
Por exemplo, uma loja que fatura R$ 40 mil por mês pode estar enquadrada de forma errada e recolher até R$ 500 a mais por mês sem perceber.
A melhor forma de evitar isso é revisar periodicamente o regime e fazer um planejamento tributário com um contador especializado em e-commerce.
Assim, os impostos são considerados desde o início da precificação e deixam de ser uma surpresa no final do mês.
6. Não controlar o fluxo de caixa e o DRE
Sem controle financeiro, o empresário perde completamente a visão do negócio.
É comum que o vendedor acompanhe apenas o extrato da conta ou o saldo da Shopee, sem registrar entradas e saídas de forma organizada.
O resultado é uma sensação de movimento constante, mas sem saber se a empresa está realmente lucrando.
O fluxo de caixa mostra o que entra e o que sai em cada período, enquanto a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) revela o lucro líquido após todos os custos e despesas.
Essas duas ferramentas são essenciais para entender se o negócio está crescendo de forma saudável ou apenas girando dinheiro.
Sem esses controles, o empresário não consegue prever quando precisará de capital de giro, nem identificar quais produtos ou ações estão trazendo mais retorno.
Com eles, é possível antecipar decisões, planejar compras e evitar apertos financeiros desnecessários.
Implementar um controle simples de caixa e DRE mensal já transforma a forma de enxergar o negócio e ajuda a manter o lucro no caminho certo.
7. Deixar a contabilidade apenas para cumprir obrigações fiscais
Muitos empreendedores ainda veem a contabilidade como algo obrigatório, feito apenas para entregar declarações e emitir o DAS.
Essa visão limitada faz com que a empresa perca uma das ferramentas mais valiosas para aumentar o lucro e reduzir custos.
Um contador especializado em e-commerce não serve apenas para manter a empresa regularizada, mas para orientar sobre precificação, regime tributário, pró-labore, distribuição de lucros e margem de contribuição.
Com um acompanhamento próximo, é possível identificar erros que passam despercebidos no dia a dia e que consomem parte do faturamento.
Empresas que tratam a contabilidade como aliada conseguem pagar menos impostos de forma legal, melhorar o fluxo de caixa e planejar o crescimento com base em dados concretos.
Deixar essa área apenas no modo automático é abrir mão de uma das formas mais seguras de proteger o lucro e garantir estabilidade financeira.
Corrigir erros é mais lucrativo do que vender mais
A maioria dos e-commerces que enfrenta dificuldades financeiras não tem problema de vendas, mas de gestão.
Os erros que drenam o lucro costumam ser silenciosos: preços mal calculados, taxas ignoradas, impostos mal planejados e ausência de controle financeiro.
Quando o empresário corrige esses pontos, o resultado aparece rapidamente — mesmo sem aumentar o faturamento.
Ter lucro não depende apenas de vender mais, mas de vender com consciência dos custos e planejamento dos resultados.
Cada ajuste na precificação, cada revisão tributária e cada relatório contábil interpretado corretamente representam dinheiro voltando para o caixa.
Com o suporte de uma contabilidade que entende de e-commerce, o empresário deixa de trabalhar no escuro e passa a enxergar o negócio com clareza, transformando esforço em resultado real.
Se o seu e-commerce já vende bem, mas o lucro não acompanha, talvez o problema não esteja nas vendas — e sim nos detalhes que você ainda não está medindo.
A Martins & Silva Contabilidade ajuda empreendedores a encontrar e corrigir os erros que estão reduzindo o lucro do negócio.
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